sábado, 26 de janeiro de 2008

Sabor da liberdade


Hoje assisti ao filme "Sabor da Liberdade" que tem como título original: "The Incredible Journey Of Mary Bryant". O filme começa no ano de 1789, na Cornualha. Mary (Romola Garai) é uma filha de pescador e tenta com toda a sua coragem escapar da fome que sucumbe a sua aldeia. Com o espírito selvagem segundo seus pais, ela luta para sobreviver de qualquer maneira. Ao tentar assaltar a cesta de uma nobre para comer e levar algum dinheiro é imediatamente presa e enviada para a Austrália, a colonia penal da Inglaterra. As condições vividas por Mary Broad e os outros prisioneiros (bandidos perigosos) durante a viagem são subumanas, uma longa jornada de 251 dias até chegarem na primitiva Botany Bay. Nestas mesmas condições Mary dá a luz a uma menina, a qual dá o nome de Charlotte. É a história de determinação e coragem de uma mulher que encabeça um grupo que não quer ser liderado por mulher. O diretor Peter Andrikis, realiza uma dinâmica incrível - o filme tem 3 horas de duração - que consegue prender o expectador do início ao fim. Não há como saber o que vai acontecer na história, o filme não é previsívil e isso gera uma especulação fantástica à medida que as cenas vão acontecendo. A coragem de Mary Bryant junto com seu marido Will Bryant (Alex O'Loughlin), seus dois filhos e cinco outros condenados são a tortura do capitão Ralph Clarke (Jack Davenport) que os perseguem até serem punidos. Eles fogem da Botany Bay e mais uma vez com a determinação e coragem de Mary chegam ao destino esperado: Timor - uma colônia holandesa. Ao dar nomes falsos e não terem como se identificar ao alegarem que perderam tudo no naufrágio do navio que os transportava, o governador holandês oferece uma vida de luxo na alta sociedade sob a condição de todos os gastos serem ressarcidos ao voltarem a Inglaterra. Infelizmente, Clarke ainda os tem na mira e o que está em jogo na verdade é sua honra por ter deixado se enganar por Mary que lhe ofereceu amor em troca de comida para seus filhos. Na viagem de volta a Inglaterra, novamente como prisioneiros, Mary perde seu marido e seus filhos e volta resignada a deixar cumprir seu destino e não mais fugir dele.
O filme tem como plano de fundo a colonização australiana, as condições subumanas vividas pelos colonos, a violação feminina por homens perversos e sedentos de desejo a qualquer custo. E de outro lado, uma mulher que sonha com a liberdade. Uma coragem que os homens que estão a sua volta não puderam oferecer se não fosse sua garra e determinação. Mary Bryant revela sua força para lutar e resignação para sobreviver mesmo quando lhe falta tudo.