quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

A Solidão e sua Porta


por Carlos Pena Filho




Quando mais nada resistir que valha
A pena de viver e a dor de amar
E quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha),

Quando pelo desuso da navalha
A barba livremente caminhar
E até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha

A arquitetar na sombra a despedida
deste mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida

Com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída:
entrar no acaso e amar o transitório.